
Grand Canyon 2023
Como Tudo Começou
A culpa foi da curiosidade… e talvez da falta de vida social. Sempre quis saber como as coisas funcionavam por dentro e, quando percebi que podia controlá-las com umas linhas de código, deixei de ter tempo para atividades “normais” como ver séries ou sair de casa ao sábado à noite. Chamem-lhe paixão ou chamem-lhe vício, a verdade é que desde então nunca mais consegui olhar para um sistema sem querer desmontá-lo, melhorá-lo ou rebentá-lo só para ver o que acontece.
A Parte que Ninguém Vê (Mas Que Faz Tudo Funcionar)
Enquanto muitos se divertem com botões coloridos e animações suaves, eu prefiro a escuridão silenciosa do backend. É lá que as APIs falam entre si, os serviços fazem magia e ninguém dá importância — até tudo deixar de funcionar e o Slack começar a arder. É nesse caos que me sinto em casa, a tentar manter a calma enquanto resolvo problemas que a maioria nem sabia que existiam.
Mais Que Código
Aprendi cedo que saber programar é o mínimo. Escrever código é fácil. Pensar dá trabalho. Mas o verdadeiro boss level da engenharia é lidar com pessoas.
E não, não é “soft skill” — é sobrevivência. Saber comunicar com alguém que não sabe o que quer mas insiste que “precisa disto para ontem” devia contar como experiência militar.
Perceber que “funcionalidade urgente” pode significar “tive uma ideia no banho” e aprender a dizer “não” sem ser demitido são talentos tão importantes como saber usar async
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O mais irónico? A parte mais difícil de ser programador não tem nada a ver com código. É traduzir ideias mal explicadas em algo útil, negociar prioridades com quem acha que JSON é um tipo de queijo e explicar por que “é só mudar uma variável” não é um plano de projeto.
De Plugins de Minecraft a Sistemas Sérios
Comecei a escrever código porque queria alterar um jogo. Sim, tudo começou com Minecraft e plugins em Java. O que parecia brincadeira rapidamente se tornou num vício: perceber que podia moldar sistemas à minha vontade. Mais tarde, num curso profissional, voltei a sentir o mesmo prazer que tinha aos 12 anos — transformar ideias em software que funciona e, com sorte, não explode em produção.
Hoje
Trabalho sobretudo no ecossistema .NET e passo grande parte do tempo em APIs, integrações e arquiteturas distribuídas. Gosto de pensar em performance, observabilidade e práticas que fazem com que o código de hoje não se torne a vergonha do repositório amanhã. E sim, sei que “funciona na minha máquina” não é documentação.
Porque Escrevo
Este espaço é onde despejo ideias, partilho erros, reflexões e pequenas vitórias do dia a dia. Também é mais barato que terapia e mais útil que discutir arquitetura num standup às 9h da manhã.
💡 TLDR
Sou um curioso que nunca cresceu, um engenheiro que prefere resolver problemas a fazer powerpoints e um programador que aprendeu que lidar com pessoas é mais complexo do que qualquer algoritmo. Se tecnologia é o que faz o mundo girar, então comunicação é o que impede que ele pegue fogo.